segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Poesia: GHOST (Yvone Delpoio)

GHOST

À noite
Cada vez mais fria
Eu tenho andado
Ao lado de fantasmas
Como companhia
Venho fantasiado estórias
Que você não faz parte
De romance e cor
Estou mais perto
De um cemitério escuro
Pessoas vêm e vão
Cruzando esquinas
Nunca alcançam essa linha
Nem mesmo sabem
O caminho
Daqui de dentro
Você fez tão certo
E criou um labirinto
Eles tentam uma chance
Que há tantos obstáculos
Perdem-se e eu perco
Outra vez
A chance
No jogo de xadrez
Não ganha ninguém
Você voou livre
Eu fingi criar asas
Menti dizendo
Nascer amantes
Apenas
Vultos e sombras
Deslumbrantes
No pensamento
Companheiros fantasmas
Eu coloquei no paraíso
Prazer e orgasmo fingido
Até lá nada era tão bonito
Não chegava
Nem perto da verdade
Até no sonho
Minha mão não alcança
A realidade
Estava mais clara
Que a luz do sol
Que ousa nascer agora
É tão forte que me cega
Ter que recomeçar
Essa brincadeira
Não tem mais graça
Deveria parar de revirar
A chama
Cada vez mais perigosa
Eu aprendo
Com a curiosidade
Mesmo já tendo
Ferido com a brasa
Não há problema
Não há faísca
Naquele fantasma.

Yvone Delpoio

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